terça-feira, 27 de outubro de 2015

Você não existe.

Às vezes eu acho que me faz mal pensar em você, até porque você não existe. Provavelmente você é mais real na minha cabeça do que jamais será em algum corpo humano, que eu vou gostar tanto, mas ainda vou gostar menos do que aqui, na minha cabeça.

Às vezes tenho uma impressão de que você está aqui e é só descer as escadas para te encontrar. Eu sei que posso descer e que, se descer, você vai estar lá. Eu posso. Está nas minhas mãos. Mas não desço. Fico aqui, nesse sofá velho. Nem me pergunte. Não sei porque.

Às vezes eu quero levantar e ir atrás de algo que não tenho aqui nesse sofá. Fico arquitetando por horas. Compro pelo computador tudo o que preciso para sair daqui. Mas antes de qualquer coisa acontecer eu desisto. Escrever dá sono, pensar da sono, arquitetar da sono e já que estou no sofá, aproveito para dar um cochilo.

Tem uns dias em que eu acordo tão bem que esqueço que quero sair para te encontrar.

Tem uns dias em que eu acordo tão angustiado que não consigo nem pensar em como ir te encontrar.

Tudo parece desculpa.

Tudo é desculpa.

Desculpas sem erros e também sem atitudes.

Seria muito mais fácil se você viesse me encontrar.

Mas fácil não tem graça.

Fácil não existe.

E você também não.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

"Aplaudam, meus amigos, a comédia acabou,"


O fim de um romance é algo que transita entre a tragédia e a comédia. Barão de Itararé não me deixa mentir quando sugere aos desiludidos que procurem numa próxima padaria os seus sonhos perdidos. A frase de Ludwig Beethoven, que diz: "Aplaudam, meus amigos, a comédia acabou," bem poderia encaixar-se no contexto dos relacionamentos amorosos. Porém, Cazuza confirma essa teoria, consta na sua afirmativa de que o amor é o ridículo da vida. E se ao estarmos apaixonados até a raiz dos pelos menos visíveis, nos assumimos como bregas, é inevitável que ao término de um relacionamento nos tornemos ridículos. Pessoa dizia: todas as cartas de amor são ridículas, muito antes do pop rock ser um gênero musical, já sabíamos que são naturalmente ridículas. Pois, afinal, a graça que está presente no drama do término de um romance, reside na arte de saber rir da sua própria desgraça, sempre confiante de que os sonhos podem ser bem mais saborosos em outra padaria.
Só porque eu tenho certeza que esse fim de semana vai ser incrível!!! Emoticon heart

quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Pessoas que não têm espírito livre e que encontram pessoas livres, são desafiadas a enfrentar a dificil ruptura com o medo, ou não conseguirão atingir a altura do voo do seu par. Esse é um dos motivos pelo qual vemos alguns casais, ligados por um longo fio tensionado, prestes a arrebentar. O que quer que os ligue, não é forte o bastante para fazer com que aquele que encontra-se preso ao chão, ouse voar
Coisas muito arrumadas logo desviam o olhar cansado a procura de algo mais instigante. Bom é tirar do lugar, virar do avesso, despentear. Uma certa bagunça funciona como um convite pra diversão e como prova inconteste de que há vida. É legal se arrumar pra ficar linda. Mas uma mulher loucamente feliz, ou está descabelada, ou está nua. A estética do saber viver é assimétrica, é puro desalinho. 
√ Um bom vinho quando bebido a dois
é o cúmplice ideal para o crime perfeito. √
" Não há segurança nenhuma no amor livre. Admito, porém, que não reconhecer-me pertencente ao outro é muito excitante. Eu não me lembro de ter sido feliz tendo a garantia de amar e ser amada. Acho que isso é para poucos. Gosto da sensação de ter um grito preso que guarda em si a ambiguidade de, às vezes ser medo e noutras desejo. "
Sou feita de loucura pensada, meço, peso, sou demasiadamente sensata. 
Quando não estou no eixo faço do amor uma guerra ou vice versa. 
Sou aço frio, ferro quente. 
Aposto que você pira na ideia de que sou loucura pura.
Meu estado permanente varia de alegria temperada à extrema ira. 
Pra todo o mal há uma cura. Sou psico-equilibrada. Aprendo com meus próprios erros. Há que se ter coragem. Algumas vezes sou mais ou menos psicopata. Até não ser mais nada além do que um tanque de pólvora esperando uma faísca, que pode inclusive, ser um beijo.