terça-feira, 28 de maio de 2013



Tentei tanto ir em frente, tanto seguir um novo caminho que não fosse você, que consegui. E que não soe desastroso, meu bem, mas esqueci. De você. De mim. De nós. Esqueci.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Meu bem, talvez você possa compreender a minha solidão
O meu som e a minha fúria e essa pressa de viver
E esse jeito de deixar sempre de lado a certeza
E arriscar tudo de novo com paixão
Andar caminho errado pela simples alegria de ser.

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Do outro lado da mesa

"Todos os primeiros encontros são decepcionantes, todos!". Foi isso que ouvi uma amiga cuspir na minha orelha com toda fúria.

- Se você está numa vibe romântica – continuou ela, irritada -, o cara fica cortando sua onda.

Se você quer transar com ele, ele fica apavorado para que você não se apaixone.

Se você fica nervosa porque vai encontrá-lo, ele diz que isso é fruto de uma alta expectativa.

Se você diz que não faz questão de jantar com vinho e velas, ele diz que você não está dando a atenção que ele merece.

Não dá pra vencer esse jogo!

Mulheres (e homens) saem para um primeiro encontro pensando no que o outro pode lhes dar, nas suas necessidades femininas, nos seus desejos, nas suas carências e frustrações. É como se houvesse uma fumaça ora rosa-choque, ora negra, a lhes envolver, uma fumaça que as induz a exigir que o gajo em questão supra suas carências (de preferência todas) e sane suas frustrações (de preferência todas). E de preferência na primeira noite.

Não há possibilidade de que algum prazer, qualquer prazer, ecloda daí.

Minha amiga me pergunta o que, na minha sacrossanta opinião, seria um bom primeiro encontro. Por conta da sua ironia mal disfarçada, a convido para um café (vamos adoçar um pouco a moça) e só então digo o que penso.

Um bom primeiro encontro deveria ser uma dedicação ao amor, mas eu não me refiro a esse amor romântico cheio de taxas sob a forma de elogios, promessas e lugares-comuns.

Uma mulher que sai para um primeiro encontro poderia ter não a preocupação do que aquele homem pode dar a ela, mas, ao contrário, do que ela pode dar àquele homem. E obviamente eu não me refiro a sexo, embora ele possa ocorrer.

Por que não ter como objetivo transformar algumas horas do dia desse homem numa experiência prazerosa? Por que não pensar que talvez haja um náufrago do outro lado da mesa e que esse náufrago queira apenas que alguém entenda isso? Talvez haja um sedento de inteligência, de gratuidade, de bobagens, de compreensão, de silêncio. Talvez haja um homem tão cansado de cumprir papéis quanto você e você vai sair para cobrar dele justamente mais um espetáculo nesse mesmo cansativo papel?

Em vez de querer amor, por que não sair para dar amor? Amizade é amor. Atenção é amor. Ficar em silêncio é amor. Dar as mãos sem a necessidade de nada mais é amor. Emprestar um livro ou um CD especial é amor. Se preocupar com o outro mais do que com você é amor.

Você não tem nenhum controle sobre o que vai receber de alguém, mas tem controle absoluto sobre o que dá, então que tal fazer um uso generoso disso? Saia do seu umbigo de mulher sofrida (qual de nós, não é?) e se doe sem desejar nada além. Experimente pensar com carinho apenas no bem-estar do outro. Quem sabe esse outro não sai de casa com o mesmo intuito? Desse modo, talvez, apenas talvez, possa acontecer um bom primeiro encontro...


domingo, 5 de maio de 2013

O que pode ser tão frágil que precisa ser guardado numa caixa de silêncios?

O que pode ser tão forte que precisa ser exposto nessa vitrine de gritos?

O que pode ser tão raro que não possa ser incluso na lista dos desapegos?


(Sei que maio desliza entre as pernas nos convidando a apressar o passo.)