O IMPOSSÍVEL É O SOBRENOME DO MEDO
Perdemos mais tempo arrumando desculpas do que vivendo.
Perdemos mais tempo adiando do que aceitando a dificuldade.
Perdemos mais tempo explicando a desistência do que enfrentando o sim.
Eu garanto que a fuga dá mais trabalho do que se encontrar. Porque estaremos longe, mas com saudade. Porque estaremos protegidos, mas vazios. Porque estaremos aliviados, mas entediados.
Os riscos valorizam a recompensa.
Eu pensei que nunca percorreria o corredor de minha infância caminhando, mas o vô me esperava do outro lado. Eu caí e ele me levantou com suas mãos de regente.
Eu pensei que nunca me manteria equilibrado numa bicicleta, mas meu pai fingiu que segurava a minha garupa e pedalei de olhos fechados com o vento me guiando.
Eu pensei que nunca aprenderia a ler e a escrever, mas a letra da minha mãe foi a escada para as histórias.
Eu pensei que nunca teria um namorado, mas o beijo veio distraído no recreio da segunda série.
Eu pensei que nunca conseguiria nadar, mas os braços foram se revezando até atravessar a piscina.
Eu pensei que nunca passaria no vestibular, mas sacrifiquei noites e pesadelos para um lugar na faculdade.
Eu pensei que nunca dividiria a casa com alguém, eu pensei que nunca seria dependente do olhar de um homem, eu pensei que nunca seria feliz.
Eu pensei, mas fui fazendo. Fazendo. Fazendo.
O impossível é apenas o sobrenome do medo.
O impossível é o possível repartido. O impossível é o possível a dois.
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