quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014



Dedo Pobre.




Chega um momento da vida adulta, depois de um ou dois tropeços, em que somos obrigados a refletir sobre as nossas escolhas afetivas. Para um amigo de quem eu gosto muito, esse momento chegou por volta dos 35 anos, quando ele percebeu que estava sofrendo – de novo – por uma mulher que não gostava dele. Num momento de lucidez, ele se deu conta de que havia um padrão no seu comportamento, e que ele levava, invariavelmente, a um pé na bunda. Na dele.

Começo com essa história corriqueira para falar daquilo que chamam de “dedo podre”, a capacidade que têm algumas pessoas, homens e mulheres, de escolher sempre o parceiro errado.

Além da carência, há o velho problema da autoestima. Ou da falta dela. Quem gosta de si mesmo fica melhor sozinho, quem gosta de si mesmo procura gente que lhe faz bem, quem gosta de si mesmo busca uma pessoa especial, porque sente que merece. Quem não se gosta faz tudo ao contrário.

Tempos atrás, uma analista me disse que a pessoa que a gente escolhe diz muita coisa sobre nós. Ela conta, sobretudo, como vemos a nós mesmos. Faz sentido, não?
Alguém que se envolva sistematicamente com tranqueiras está informando ao mundo que não se acha melhor do que aquilo. Gente que se deixa maltratar e humilhar anuncia aos quatro ventos que não tem respeito por si mesmo. O contrário também é verdadeiro. Quando alguém que conhecemos aparece ao lado de uma pessoa alegre, altiva e generosa, quando exibe uma relação apaixonada e sólida, nossa impressão sobre ele ou sobre ela cresce. Nem poderia ser de outra forma. Diga-me com quem dormes e te direi quem és. Ou, pelo menos, como te imaginas.

Antes de encerrar, eu queria deixar claro que não acho que escolher seja fácil. Sobretudo no mundo em que a gente vive. Há gente demais à nossa volta, as opções são muitas e a confusão é enorme. Ao contrário do que diz aquele juiz de futebol na televisão, as regras não são claras. Mas, se a vida não oferece garantia contra enganos, ela nos dá alguma inteligência para perceber quando eles estão se repetindo. Isso nos permite tomar providências.
Por ter vivido e observado, sei que “dedo podre” tem cura. Não é como aquela dor no baço da adolescência, que simplesmente passa. Carência, falta de autoestima e ausência de ambição sentimental (“pra mim, qualquer um serve”) têm de ser ativamente combatidas. Com ajuda externa, se necessário.

O amigo a que eu me referia no início deste texto fez anos de análise para colocar seus sentimentos no lugar. Demorou, mas um dia percebeu os fatos elementares da vida amorosa: não existe amor sem reciprocidade, não há vida comum sem afinidade, o desejo não compensa sofrimento. Com isso, o dedo podre dele ficou no passado. E o seu?




Ivan Martins.
“Sinceramente eu te desejo um amor. Que dure. Que cure. Que alegre. Que seja. Também te desejo um casamento bonito. Que compense. Que valha. Que marque. Que seja. Também te desejo uma família estável. Que cresça. Que some. Que esteja. Que seja. E por último também te desejo uma boa memória. E que ela te lembre todos os dias que comigo poderia ter sido melhor. E seria.”

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014


O Amor que vai mudando tudo ...

Se não Muda vai Suportando ...

Se não suporta vai compreendendo ...

De modo que tudo em que Ele (Amor) toca ... vai gerando uma nova vida.


P.S: ATIVE A LEGENDA.